quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sexualidade Um Dom De Deus - Chamados ao Verdadeiro Amor

O que falar do amor… Amor é um sentimento de pessoas imperfeitas.
No livro de Gen.1, 26 está escrito que: “Deus fez o homem à sua imagem e semelhança..” e para saber o que é ser imagem de Deus é necessário primeiro saber que é Deus. Em I João está a resposta para esta indagação : ” DEUS É AMOR” ( I Jo. 4,8). Ser imagem de Deus é SER AMOR, e este amor nos tornando semelhante, parecidos com Deus e nos faz imitadores de Deus.
Por isso, Paulo em Efesios 5, 1 nos ensina: “Sede pois imitadores de Deus como filhos muito amados”. Esta verdade nos foi revelada plenamente no Novo testamento, juntamente com o mistério da vida intratrinitária: DEUS É AMOR. Portanto, o homem vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor.
Na verdade, só Deus é Santo. Ninguém Mais. Quando o profeta Isaías viu os querubins prostrados perante a majestade divina, disse: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus …( Is.6,3)
Então, para sermos santos, temos de nos tornar, tanto quanto possível, parecidos com Deus.
Deus é amor criativo de amabilidade: não ama um ser porque seja amável, mas fá-lo amável porque o ama; fá-lo existir amando-o.
O amor divino é um autêntico abrir-se ao outro, mas o homem tem necessidade de ser despertado pelo amor para ser amável. Criando-o à Sua imagem (Gn.1,26) Deus inscreve no homem e na mulher a vocação, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão.
O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do SER HUMANO.
Todo o sentido da própria liberdade é orientado ao dom de si na comunhão e na amizade com Deus e com os outros.
Amar é, pois, a nossa vocação primeira . Desde a profundidade de nossa natureza fomos estruturados e arquitetados com esta finalidade. Quem não ama desintegra-se interiormente. Todos precisamos e necessitamos amar.
Muitos temem amar, e é o medo de muitos, serem amados. Cada um de nós sabe que amar alguém pode causar a sensação de fragilidade e dependência.
A presença do outro torna-se vital e a possibilidade de ser abandonado, fica tão ameaçadora, que muitas pessoas optam pela saída mais fácil que é a de sabotar a possibilidade de viver um grande amor.
O medo de amar é uma praga, uma erva daninha, que corrompe o coração da maioria das pessoas que vive se queixando de solidão. Esse medo faz com que as pessoas arrumem desculpas e justificativas para explicar as suas inseguranças. O medo de amar faz parte de muitas vidas.
Negá-lo ou sair para respostas fáceis é o que menos resolve.
O amor se impõe como condição de equilíbrio e sanidade mental. A pessoa pode, portanto, ser capaz de um tipo de amor superior: não o amor da concupiscência, que vê só objetos com que satisfazer os próprios apetites, mas o amor da amizade e oblatividade, capaz de reconhecer e amar as pessoas por si mesmas, sem nada esperar delas.
É um amor capaz de generosidade, à semelhança do amor de Deus, querer-se bem ao outro porque se reconhece que é digno de ser amado. É um amor que gera a comunhão entre as pessoas, visto que cada um considera o bem do outro como próprio.
Existem muitas formas de demonstrar amor. Assim, encontramos o Amor Divino que tem Deus como objeto direto. O amor dos pais pelos filhos, o amor entre irmãos, ao amor de amizade, o amor dos que se dedicam aos doentes, aos desamparados, aos marginalizados, etc.
Encontramos ainda o amor daqueles que renunciaram ao casamento, para ampliarem até o último limite o leque da doação. Há uma confusão muito grande entre amor verdadeiro e um produto similar, chamado de - amor de troca - uma conduta usada como moeda, para comprar determinados comportamentos do OUTRO.
Exemplo típico é a eterna cobrança : “Eu sempre cuidei de você, agora que preciso, não o tenho comigo” É preciso entender que, o amor cresce dentro de nós e nos impulsiona a estar com o outro. Quando estamos em estado de amor, torna-se inevitável agirmos de forma amorosa.
O Amor é um convite para a felicidade. Quando numa relação uma pessoa se sente amargurada, deve refletir cuidadosamente, pois o amor impulsiona para a vida.
Sentimo-nos vivos e em sintonia com Deus, que é amor.
Amar não é viver assustado, procurando adivinhar o que o outro quer, para obter sua aprovação, ou temendo o seu mau humor. O sentimento do amor nos dignifica e nos dá a verdadeira dimensão do nosso valor; faz-nos sentir que pertencemos à raça humana e que não somos simplesmente meros complemento um do outro.
Amar não é ficar parado, como um rei, esperando que o outro, sinta-se devedor de nosso sentimento. O amor nos proporciona uma sensação de gratidão para com a existência; um sentimento de sermos abençoados por Deus. E, em retribuição, somos levados a cuidar desse amor.
Ora, ninguém pode “optar pelo AMOR”, ninguém amará, se não souber o que é o AMOR. Em Lucas 10, 30-37, Jesus nos dá um caminho pedagógico do que é amor. É a citação do bom Samaritano.

Aqui está um problema crucial:

Por que só o Samaritano AMOU ?
Por que o sacerdote NÃO AMOU ?
Por que o Levita NÃO AMOU ?

O sacerdote e o levita por não amarem NÃO FIZERAM O QUE ERA PRECISO FAZER. Encontraram o ferido e foram embora, ao passo que o Samaritano, não.
O Samaritano fez o QUE ERA PRECISO FAZER., por isso AMOU.
Amar é isto. FAZER O QUE É PRECISO FAZER, a qualquer hora e em qualquer lugar, inclusive em hora e lugar incômodos.
Será que amamos como o sacerdote, o levita ou o Samaritano ?
Sabemos fazer o que é preciso ?

Vivemos um “amor” condicionado às nossas preferências?
Um cristão que deseje ser santo, não pode montar um esquema seletivo de amar.
Não pode escolher somente de quem goste para amar. Simplesmente porque todo homem que vem a este mundo é FILHO DE DEUS. Inclusive nossos inimigos.
Aquele que só faz o que é preciso quando sabe a quem faz, NÃO está amando.
Esta fazendo um negócio, um jogo pessoal.
Há uma grande confusão sobre o que é AMOR. Um tipo de amor que se acha presente na mais antiga história do mundo: a história de Adão e Eva: “Não é bom que o homem esteja só; vou lhe dar uma ajuda que seja adequada”. (Gn. 2, 18)
E Deus criou Eva, tirando-a do corpo de Adão. Ao vê-la, ele solta um exclamação de autêntico apaixonado : “Esta sim é carne da minha carne” (Gn.2,18-23, como quisesse dizer: “com esta sim poderei ser feliz, poderei construir algo de belo”.
Eva também se encanta com o companheiro. E logo vem a “entrega dos corpos”- para usarmos uma expressão consagrada pela Teologia: “Adão conheceu Eva e ela concebeu” ( Gn.4,1)
Aqui percebemos a característica do amor erótico, que é o desejo de fusão interpessoal. O amor erótico, porém, ao contrário das outras formas de amor, é exclusivo, não universal.
É a forma mais típica de amar das pessoas casadas, em que há uma união não apenas emocional e espiritual, mas também física. Representa a expressão máxima do relacionamento possível entre dois seres humanos, cujos corpos se entrelaçam, se penetram, se entregam na mais profunda doação, cuja intimidade, o próprio Deus entremostrou quando disse: E sereis uma só carne” ( Gn. 2,24).
Amar não é simplesmente ter um desejo sexual. Desejo sexual não é o único elemento do amor. As pessoas que vêem o amor como algo puramente genital, acabam por empobrecê-lo. Amar não é uma viagem a ser feita com alguém, onde desvendamos os mistérios que ela nos apresenta a cada momento.
Mesmo entre os cristãos a idéia de AMOR assumiu, há séculos, uma coloração sexual. SEXUALIZOU-SE. Este fato é catastrófico, por deteriorar aquilo que possibilita a santificação de cada homem e cada mulher no povo de Deus. Hoje, poucos cristãos têm coragem de declarar que AMA alguém. Receiam ser tomados por suspeitos.
Eis um desafio da presente geração à nossa autenticidade: DESSEXUALIZAR A PALAVRA AMOR, restituir transparência à esta palavra essencial ao vocabulário cristão.
Restituir a esta palavra o sabor que ela possui nos lábios de Jesus.

ESTE TRABALHO COMEÇA DENTRO DE CADA UM DE NÓS.

Fonte : www.anunciame.com

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