segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

CHAMADOS AO VERDADEIRO AMOR”

O AMOR COMO DEUS ENTENDE


O que falar do amor... Amor é um sentimento de pessoas imperfeitas.
No livro de Gen.1, 26 está escrito que: “Deus fez o homem à sua imagem e semelhança..” e para saber o que é ser imagem de Deus é necessário primeiro saber que é Deus. Em I João está a resposta para esta indagação : “ DEUS É AMOR” ( I Jo. 4,8). Ser imagem de Deus é SER AMOR, e este amor nos tornando semelhante, parecidos com Deus e nos faz imitadores de Deus.
Por isso, Paulo em Efesios 5, 1 nos ensina: “Sede pois imitadores de Deus como filhos muito amados”. Esta verdade nos foi revelada plenamente no Novo testamento, juntamente com o mistério da vida intratrinitária: DEUS É AMOR. Portanto, o homem vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor.
Na verdade, só Deus é Santo. Ninguém Mais. Quando o profeta Isaías viu os querubins prostrados perante a majestade divina, disse: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus ...( Is.6,3)
Então, para sermos santos, temos de nos tornar, tanto quanto possível, parecidos com Deus.
Deus é amor criativo de amabilidade: não ama um ser porque seja amável, mas fá-lo amável porque o ama; fá-lo existir amando-o.
O amor divino é um autêntico abrir-se ao outro, mas o homem tem necessidade de ser despertado pelo amor para ser amável. Criando-o à Sua imagem (Gn.1,26) Deus inscreve no homem e na mulher a vocação, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão.
O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do SER HUMANO.
Todo o sentido da própria liberdade é orientado ao dom de si na comunhão e na amizade com Deus e com os outros.
Amar é, pois, a nossa vocação primeira . Desde a profundidade de nossa natureza fomos estruturados e arquitetados com esta finalidade. Quem não ama desintegra-se interiormente. Todos precisamos e necessitamos amar.
Muitos temem amar, e é o medo de muitos, serem amados. Cada um de nós sabe que amar alguém pode causar a sensação de fragilidade e dependência.
A presença do outro torna-se vital e a possibilidade de ser abandonado, fica tão ameaçadora, que muitas pessoas optam pela saída mais fácil que é a de sabotar a possibilidade de viver um grande amor.
O medo de amar é uma praga, uma erva daninha, que corrompe o coração da maioria das pessoas que vive se queixando de solidão. Esse medo faz com que as pessoas arrumem desculpas e justificativas para explicar as suas inseguranças. O medo de amar faz parte de muitas vidas. Negá-lo ou sair para respostas fáceis é o que menos resolve
O amor se impõe como condição de equilíbrio e sanidade mental. A pessoa pode, portanto, ser capaz de um tipo de amor superior: não o amor da concupiscência, que vê só objetos com que satisfazer os próprios apetites, mas o amor da amizade e oblatividade, capaz de reconhecer e amar as pessoas por si mesmas, sem nada esperar delas.
É um amor capaz de generosidade, à semelhança do amor de Deus, querer-se bem ao outro porque se reconhece que é digno de ser amado. É um amor que gera a comunhão entre as pessoas, visto que cada um considera o bem do outro como próprio.
Existem muitas formas de demonstrar amor. Assim, encontramos o Amor Divino que tem Deus como objeto direto. O amor dos pais pelos filhos, o amor entre irmãos, ao amor de amizade, o amor dos que se dedicam aos doentes, aos desamparados, aos marginalizados, etc.
Encontramos ainda o amor daqueles que renunciaram ao casamento, para ampliarem até o último limite o leque da doação. Há uma confusão muito grande entre amor verdadeiro e um produto similar, chamado de - amor de troca – uma conduta usada como moeda, para comprar determinados comportamentos do OUTRO.
Exemplo típico é a eterna cobrança : “Eu sempre cuidei de você, agora que preciso, não o tenho comigo” É preciso entender que, o amor cresce dentro de nós e nos impulsiona a estar com o outro. Quando estamos em estado de amor, torna-se inevitável agirmos de forma amorosa.
O Amor é um convite para a felicidade. Quando numa relação uma pessoa se sente amargurada, deve refletir cuidadosamente, pois o amor impulsiona para a vida.
Sentimo-nos vivos e em sintonia com Deus, que é amor.
Amar não é viver assustado, procurando adivinhar o que o outro quer, para obter sua aprovação, ou temendo o seu mau humor. O sentimento do amor nos dignifica e nos dá a verdadeira dimensão do nosso valor; faz-nos sentir que pertencemos à raça humana e que não somos simplesmente meros complemento um do outro.
Amar não é ficar parado, como um rei, esperando que o outro, sinta-se devedor de nosso sentimento. O amor nos proporciona uma sensação de gratidão para com a existência; um sentimento de sermos abençoados por Deus. E, em retribuição, somos levados a cuidar desse amor.
Ora, ninguém pode “optar pelo AMOR”, ninguém amará, se não souber o que é o AMOR. Em Lucas 10, 30-37, Jesus nos dá um caminho pedagógico do que é amor. É a citação do bom Samaritano. Aqui está um problema crucial:

Por que só o Samaritano AMOU ?
Por que o sacerdote NÃO AMOU ?
Por que o Levita NÃO AMOU ?

O sacerdote e o levita por não amarem NÃO FIZERAM O QUE ERA PRECISO FAZER. Encontraram o ferido e foram embora, ao passo que o Samaritano, não.
O Samaritano fez o QUE ERA PRECISO FAZER., por isso AMOU.
Amar é isto. FAZER O QUE É PRECISO FAZER, a qualquer hora e em qualquer lugar, inclusive em hora e lugar incômodos.
Será que amamos como o sacerdote, o levita ou o Samaritano ?
Sabemos fazer o que é preciso ?
Vivemos um “amor” condicionado às nossas preferências ?
Um cristão que deseje ser santo, não pode montar um esquema seletivo de amar.
Não pode escolher somente de quem goste para amar. Simplesmente porque todo homem que vem a este mundo é FILHO DE DEUS. Inclusive nossos inimigos.
Aquele que só faz o que é preciso quando sabe a quem faz, NÃO está amando.
Esta fazendo um negócio, um jogo pessoal.
Há uma grande confusão sobre o que é AMOR. Um tipo de amor que se acha presente na mais antiga história do mundo: a história de Adão e Eva: “Não é bom que o homem esteja só; vou lhe dar uma ajuda que seja adequada”. (Gn. 2, 18)
E Deus criou Eva, tirando-a do corpo de Adão. Ao vê-la, ele solta um exclamação de autêntico apaixonado : “Esta sim é carne da minha carne” (Gn.2,18-23, como quisesse dizer: “com esta sim poderei ser feliz, poderei construir algo de belo”.
Eva também se encanta com o companheiro. E logo vem a “entrega dos corpos”- para usarmos uma expressão consagrada pela Teologia: “Adão conheceu Eva e ela concebeu” ( Gn.4,1)
Aqui percebemos a característica do amor erótico, que é o desejo de fusão interpessoal. O amor erótico, porém, ao contrário das outras formas de amor, é exclusivo, não universal.
É a forma mais típica de amar das pessoas casadas, em que há uma união não apenas emocional e espiritual, mas também física. Representa a expressão máxima do relacionamento possível entre dois seres humanos, cujos corpos se entrelaçam, se penetram, se entregam na mais profunda doação, cuja intimidade, o próprio Deus entremostrou quando disse: E sereis uma só carne” ( Gn. 2,24).
Amar não é simplesmente ter um desejo sexual. Desejo sexual não é o único elemento do amor. As pessoas que vêem o amor como algo puramente genital, acabam por empobrecê-lo. Amar não é uma viagem a ser feita com alguém, onde desvendamos os mistérios que ela nos apresenta a cada momento.
Mesmo entre os cristãos a idéia de AMOR assumiu, há séculos, uma coloração sexual. SEXUALIZOU-SE. Este fato é catastrófico, por deteriorar aquilo que possibilita a santificação de cada homem e cada mulher no povo de Deus. Hoje, poucos cristãos têm coragem de declarar que AMA alguém. Receiam ser tomados por suspeitos.
Eis um desafio da presente geração à nossa autenticidade: DESSEXUALIZAR A PALAVRA AMOR, restituir transparência à esta palavra essencial ao vocabulário cristão.
Restituir a esta palavra o sabor que ela possui nos lábios de Jesus.

ESTE TRABALHO COMEÇA DENTRO DE CADA UM DE NÓS.

Ler : Jo. 17,1; Jo 15,12-17; I Cor. 13


Fonte: www.anunciame.com

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